Domingos Montagner, o Velho Chico, e um recado!


Por Gilvaldo Quinzeiro



Às vezes uma folha, sem pretensão alguma ao descer as correntezas de um rio, transporta sobre si uma gota d’água desse mesmo rio. E ao se deparar com um ‘remanso’, lá estará esta mesma folha sendo sugada...   Isso para além de poético é metafisico, ou seja, transcende a compreensão comum.

Em que tipo de barco se transformou esta folha para o rio? Em que tipo de rio se transformou para a folha tais correntezas? Qual a finalidade daquela gota d’água em pegar ‘carona’ naquela folha à deriva?

A morte do ator da Rede Globo, Domingos Montagner, nas águas do Rio São Francisco, ocorrido na quinta-feira, dia 15, em Sergipe, local das filmagens da novela “Velho Chico”, vem suscitando todo tipo de discussões.

Pois bem, mergulhando fundo nas águas, que nos afogam -  a realidade -resolvi também tecer alguns comentários, claro, sem a pretensão de levantar novos enfoques e muito menos de colocar a palavra final.

O fato é que o Velho Chico nos mandou um recado direto. Cada um entenda conforme suas convicções ou disposição de entender.

De um certo modo, estamos todos nós nos ‘afogando’; alguns na ‘seca’; outros naquilo em acreditam ser ‘abundância’. Porém, há aqueles que se ‘afogam’ nos mistérios e encantamentos, estes são, mesmo sem saber, como aquela folha acima citada, ou seja, os que prestam um grande serviço ao rio.

 Domingos Montagner foi para o Rio São Francisco esta folha, e sua morte, para além de tudo que se possa dizer ou fazer, poderá até mesmo virar um filme (quem sabe?), é a ‘juventude’ que o Velho Chico estava precisando.

Sim, hoje, mais do que nunca o Rio São Francisco está vivo, e, mais vivo ainda estarão seus mistérios!

Que os nossos ouvidos ouçam bem os recados da natureza!

Hoje eu recebi a notícia de vários focos de incêndios, como, infelizmente acontecem todos os anos em nossa região.  Este é um dos piores dos ‘afogamentos’ que estamos submetidos.

O fogo consome ao mesmo tempo folhas e rios; toda flora e fauna. O pior de tudo, entretanto, é sapecar o espirito do caipora!


Que mais recado precisa ser dito pela natureza?

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