Meus cabelos brancos, os pretos são do meu filho

Gilvaldo Quinzeiro



A cada nova geração, uma outra é pisoteada. A minha já zombou da do meu pai, e hoje a do meu filho está com o pé fincado no meu pescoço!

O fato é que dialeticamente não há espaço para duas gerações. Como cobras, uma engolirá a outra. É claro que a mais velha, mesmo com a barriga maior, aqui está o paradoxo, e talvez por isso mesmo, terá a nova dentro de si. Mas, no final, o veneno da nova lhe será fatal!...

As canções cantadas por diferentes gerações, serão para ambas o que a pele é para as cobras, isto é, algo que quando desvencilhado ficará esquecido pelo caminho.

Mas, os caminhos tais quais como para as cobras, serão também para as diferentes gerações - , o que há de nos testar o “bote”!

Perdoe-me meu pai, pelas picadas de quando eu era apenas uma cobrinha!...

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