Na boca, um falo, na outra, o silêncio!

Gilvaldo Quinzeiro



O falo do mundo é bem maior do que o meu. Motivo pelo qual eu me calo estreitando a boca da calça até a canela, antes era tão larga quanto à de sino. Saio no mundo edificando circo, fazendo graça de mim, colhendo a dor dos outros que riem da minha!

Meu coração partido, pássaro preso, passos dados, cercas puladas. Calo na voz, outros tantos nas mãos, alguns para construir a minha prisão!

Do falo, quando se fala, não é a mesma fala do falo. Logo quem tem um para expor, morre de medo de perdê-lo.

A boca da calça quando de sino, cabelos compridos, tudo grande, pequeno só a mão suada, quando segurando um microfone para fechar a boca do mundo!

Nas praças não se trepa, só alguns para exporem suas genitálias na cara do nosso maior poeta! Complexo de castração?

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