Flores para um novo tempo!

Gilvaldo Quinzeiro


As flores, conquanto, espinhosas, e, talvez, por isso mesmo, sejam o símbolo com o qual expressamos os nossos mais ambíguos sentimentos, hão de conter mais do que aquilo que nos representam . Ou seja, a dor que nos espinha por dentro, ou a alegria que nos abre qual a flor que floresce ante os seus próprios espinhos!

Em outras palavras, que as flores oferecidas às vítimas do massacre de Realengo, no Rio de Janeiro, não só representem a nossa dor por elas, mas, fundamentalmente, a nossa convicta esperança de que todas as crianças possam, assim como todas as sementes, não só chegarem a condição de flores, como foram todas as vítimas, mas, terem o tempo todo que precisarem para amadurecerem, e darem também seus frutos!

Todavia, para que haja esta convicta esperança, neste momento que é de dor, precisamos todos nós, “abraçar um outro tempo”. Não, este que nos torna todos “espectadores” da desgraça dos outros!

Por um tempo de abraços cujo calor gestará as sementes, e que estas, enfim, possam ter todo tempo para completar seu ciclo, eis para quem também enviamos as nossas flores!

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