A água em Marte, e o velho jeito de matar a sede
Por Gilvaldo Quinzeiro
A cada nova
descoberta muda-se o homem e o mundo por conseguinte. Foi assim com a
descoberta do fogo; a invenção da roda; da escrita; do rádio, do telefone, da
televisão, da internet, enfim, um verdadeiro banho de significado. Com a
descoberta de água em Marte, não será diferente, ou seja, parafraseando Heráclito:
“nunca mais o homem tomará banho do mesmo jeito e no mesmo rio”.
Entretanto, há um ‘porém’, um detalhe importante a ser
dito: a cada descoberta nasce um novo homem sim, mas das entranhas do ‘velho’
que ainda nem chegou a conhecer a si mesmo. Ora, é como colocar uma roda nova numa
engrenagem enferrujada – do que adianta?
A velha sede de si mesmo, eis o a questão a ser levantada
neste breve ensaio.
Pois bem, é desse ‘velho’ que ainda nos habita, não
obstante, o nosso desconhecimento sobre ele – que brota a nossa sede de tudo!
A descoberta de água em Marte, poderá nos soar tão
distante, quanto as novas descobertas a respeito do cérebro, bem em nossa
cabeça -, e temos um?
Para que diabo nos servem as novas ferramentas, se estas, por exemplos, nos fazem ‘esquecidos’ de nós mesmos? Quem se lembrará que possui
um cérebro, se todas as ‘informações’ que buscamos estão ‘prontas e enlatadas’
num computador?
Veja por exemplo, o caso das mães que estão ‘esquecendo’
dos próprios filhos dentro do carro, e quando destes se lembram, os encontram
mortos!
Será ‘o novo’ exatamente os ‘homens esquecidos’? Ver tantos jovens se esquecendo de beberem água,
enquanto seus cérebros estão presos ao um computador, nos dá medo só em pensar dos
‘futuros desertos’!
Neste tempo onde a bunda se abunda de tanto se ver
sentada, temos sede de quê?
Por fim, meu velho de mim, eu estou ficando com sede.
Sede das boas lembranças do tempo dos banhos pelado em águas dos riachos
límpidos!
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