E ai meu peixe!
Por Gilvaldo Quinzeiro
... Não é que a coisa em si seja oca. A questão é a
seguinte: o outro lado de cada coisa é a face de quem a
contempla. A rigor, não existe a coisa em si, senão a que deixamos escapar.
O homem é o pescador de si mesmo. Do mar, nada disso
podemos afirmar.
A coisa que nos ‘sopra’ aos ouvidos, não é o mar,
certamente, mas, ‘o peixe’ em que ainda não nos transformamos.
Por fim, você certamente não dormirá, enquanto não se sentir
abocanhado pelo ‘peixe’, que lhe fez de isca.
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