Alinhavando a realidade
Por Gilvaldo Quinzeiro
A palavra é costura, e como tal, depende do alinhavar do
contexto em que e do que se fala.
Antes da palavra, portanto, toda realidade se apresenta
sem remendo – é ferida aberta. É aqui onde a mão se antecipa ao ‘cambito’, e
fica sem os dedos!
Pobre boca! - engoli
a realidade como se fosse comida!
Por falar em boca, por que será que no atual contexto nos
sentimos “em carne viva”?
Se há um ‘discurso’ feito com as dobras da nossa pele,
este sim é o da violência - um sinal de
que a palavra, ao menos momentaneamente, não é oferecida como uma saída.
Por fim, se a palavra não representa mais nada, então que
se procure um cambito. Do contrário, conservar a boca e os dedos, será tarde!
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