E aí meu ‘peixe’, como vai a sua porosa existência?
Por Gilvaldo Quinzeiro
A existência é como uma rede de pesca: tudo é muito poroso.
Tudo por ela se passa. Tudo é muito passageiro, mas isso não significa dizer, entretanto,
que não haja fixação; prisão – o peixe a se afogar!
Há ‘janelas’ sim,
mas por elas também nos lançamos com as pedras. Se não fosse pela ‘invenção da
palavra’, não haveria mais o atirador da ‘funda’. Tudo seria um se jogar sem
fim de corpo inteiro! Davi teve muita sorte (?)!
A existência é engenho onde nos fazemos, e devemos nos
dedicar todos os dias a mais importante das missões: a conhecer que ‘diabo’
somos?
Há inclusive, aquilo que freudianamente se chama ‘o retorno
do recalcado’. Este é o ‘peixe’ do qual não sabemos que somos suas ‘escamas’.
Ah! quantos ‘olhos’ no escuro de nós a espera do ver o mundo do qual também
somos reféns, do lado de fora! Não seria esta a verdadeira ‘caverna’
descrita por Platão?
Se isso for verdade, eu espero que não, que ‘diabo’ estamos
fazendo e nos tornando sem nos dar conta desta outra ‘caverna’, a virtual?
Tudo é como um sonho quase esquecido. Os arroubos da juventude,
então, seriam evitados, se tivéssemos como ‘o espelho’ o porvir.
De fato, diante do exposto, o melhor que eu tenho que fazer
por mim é me tornar melhor sempre, ainda que agarrado ao que resta da minha
respiração!
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