Do corpo e da alma. Seja você seu próprio ‘especialista’!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Outro dia, uma amiga se referindo a uma outra pessoa me
disse o seguinte: “fulano de tal está podre de rico”! Não é primeira vez que eu
ouço esta frase. Porém, desta vez, eu me pus a pensar sobre ela. Ora, se alguém
está “podre de rico”, de qualquer forma, este, estar em péssimas condições,
ainda que sentado em toda a riqueza. De sorte que nestas condições, a riqueza
não lhe serve mais para nada (?)!
O dito acima nos faz pensar a respeito daquilo que se chama
de ‘estado de espírito’. E assim sendo, podemos estar ‘podres’, e não nos damos
conta disso.
Ver os constantes noticiários, através dos quais, somos
informados de como os nossos agentes públicos levavam uma rica vida, de luxo e
sofisticação, contrastando com a vida miserável a que está submetida a
população – isso sim, é que significa ser “podre de rico”!
Uma joia rara a ordenar um corpo bonito, mas de alma em
estado de putrefação!
Isso nos obriga a aludir a respeito da relação corpo/alma.
Para a Psicanálise, por exemplo, não há diferença entre ambos. Tudo faz parte
do mesmo ‘amarradio quântico’.
De primeiro não havia doença, que não fosse curada com um ‘benzimento’,
este em que o benzedor faz utilizando-se de um ‘ramo de uma planta’. Isto é,
ninguém estava verdadeiramente doente, ainda que faltasse médico. Hoje, ninguém
vive ‘bem’ sem contar com um bom plano de saúde, que nos ofereça em um plantão
de 24 horas, todo tipo de especialistas – tal é a sensação de que estamos todos
doentes! Aí que dor!
Portanto, não se cura a dor, ou seja lá qual for a ferida,
se antes não aprendermos com o que esta tem de nós mesmos. O adoecer-se é o
momento oportuno para conhecer-se.
O sujeito contemporâneo, se esta é palavra para definir todos
nós nos dias atuais, é fragmentado. E para complicar, alguns possuem mais ‘olhos’
ou ‘boca’ do que outros. Cabeça para pensar, esta, porém, está ficando cada vez
mais pequena! É o que eu tenho insistido em chamar de a “seca de homens”!
Por fim, não esqueçamos, nada ‘podre’ presta! Porém, antes
que algo em nós se apodreça, precisamos ‘colocar o dedo nas feridas!
Um bom domingo, a todos!
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