Em nome da ‘felicidade’, esquecemos de viver: que porra!
Por Gilvaldo Quinzeiro
A ‘felicidade’ é lápide, isto é, aquilo que se decide ser
enquanto aos olhos dos outros, nada significa. Tem gente ganhando a vida,
fazendo do nosso sofrimento todo tipo de astucia para nos ‘ensinar a ser feliz’.
Impérios são erguidos sobre a promessa
da felicidade. Tem gente que jura que faz de tudo para ser feliz. E felicidade que é bom, nada!
Tem gente acreditando que é feliz na sua foto mais ‘curtida’,
e todo dia acorda insatisfeito, e então, o ciclo se repete.
Tem gente seguindo à risca até receita balanceada, o que
significa na prática, menos comida, e mais peso da vida para carregar!
Muitos que investiram tanto ‘naquele amor’, como a razão, o
caminho para a felicidade, hoje estão juntando latas pelas ruas – ficaram loucos
– loucos por muito pouco!
Ah! a felicidade!
Onde tu te escondeste?
Deveríamos prestar mais atenção numa coisa: éramos felizes,
quando não fazíamos nenhum esforço para conceituar a felicidade. Éramos mais
felizes quando não fazíamos nenhuma ‘pose’ para sorrir!
Levamos hoje uma vida como se estivéssemos o tempo todo no outdoor: uma fixa pose, e de olhar perdido! – quem nos
ver pensa que somos de fato felizes – que nada!
Somos os ‘enganadores’ de nós mesmos: queremos ser como
aquele rosto estampado no rótulo de uma garrafa de cerveja – bebemos todas, e
nada!
Em nome da ‘felicidade’ estamos esquecendo de viver o pouco
que seja, pois, se prestarmos mais atenção as nossas mãos e a nossa boca não
são tão grandes assim.
Em nome da ‘felicidade’, corremos muito, e esquecemos de
comemorar as pequenas conquistas; e deixamos de estar no mais precioso dos
lugares: dentro de nós!
Em nome da ‘felicidade’, sofremos muito, quase toda uma
vida, e desperdiçamos o melhor, que é viver com sabedoria!
Por fim, viveríamos,
pois, ao menos sem tanta angustia se assumíssemos apenas o seguinte: fazer da
própria vida um compromisso - não se ‘matar’
por nada, nem mesmo pela tal ‘felicidade’!
Seja feliz do jeito mais inteligente possível: sem arrancar
nenhum pedaço de si!
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