Devagar com o beijo...
Por Gilvaldo Quinzeiro
Passaram-se as ‘boiadas’, mas a civilização empancou-se na
própria merda! O que fazer agora além de berrar? O que fazer agora além de
descontaminar o leite? O que fazer agora além de acumular lixo?
Uma mudança nos impacta:
a chegada da velhice cada vez mais tarde e da infância cada vez mais
curta! Vivemos em tempos de longevidade, porém, sem ter vivido nada de significativo,
além de fazer de tudo para ocultar a face!
A crise da previdência social, que é uma realidade em vários países,
revela que chegamos ao fim de um tempo para o qual nos planejávamos. E agora? O que oferecer ao ‘visitante’ que ainda vai
chegar, e cujas despesas da casa, em dois dias já foram todas consumidas?
O consumismo nos torna ‘bois’ de um mesmo parto. O silêncio
dos chocalhos, o anuncio de que alguma ‘vaca’ caiu em depressão. O remédio: o
consolo de que este é o mal do século!
Não há mais parâmetros para se obter o ‘equilíbrio’. Isso
não significa dizer, no entanto, que não haja uma avalanche de receitas! Aliás,
de receitas vivem muito bem quem as prescrevem – mas a sua é eficácia para quem
as seguem à risca – é duvidosa!
Só uma receita não
se ensina, ainda que não se tem dúvida da sua eficácia: a de como as pirâmides egípcias
conseguem permanecer de pé! No mais, tudo está por fazer, em especial das coisas
que nos alimentam os sonhos!
Por falar em sonhos, assistimos a morte de todos eles. A
civilização ocidental, sobretudo, mais vez vive se encontra entre a ‘cruz e a
espada’ – o que em outras épocas foram a garantia da resolução dos seus
problemas - hoje, que resolução trariam?
Portanto, sem utopia, morrem-se os homens!
Devagar com o beijo, pois, a civilização não tem nada melhor
a fazer! Aliás, o que ainda se tem de belo para fazer? O que ainda se tem de
belo para sonhar?
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