Os sapatos e as outras coisas do mundo que também desejamos!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Outro dia, eu li um belo texto escrito pelo poeta Renato
Meneses, no qual, o mesmo lamentava a morte de um engraxate, o Ceará, e tecia
comentário a respeito do que aprendera com este sobre a relação dos sapatos com
as personalidades. Este texto me fez pensar também em outras coisas e suas
relações, de modo que me arrisco agora a escrever.
As idades são como sapatos, isto é, com o passar do tempo
nos exigem as adequações, do contrário, alguma coisa fica para lado de fora.
Ademais, o que pode ficar para o lado de fora, não é apenas o dedão do pé, e
nem é menos valioso do que um par de sapatos, que nunca trocamos: pode ser
própria vida!
Vivem melhor aqueles que por falta de condições ou por
opção dispensam o uso de sapatos?
Se os sapatos nos podem ser dispensáveis, o que dizer então
dos estilos de vida que nos enforcam!
Ainda bem que a vida não se ata aos nossos desejos.
Ademais, os desejos quando atados sofrem mais do que os pés em sapatos
apertados!
Veja como são as coisas: há desejos que são fixos apenas
por sapatos! Ainda bem, já pensou se fossem por todas as coisas do mundo?
Os desejos devem desejar sempre um viver melhor, estes sim têm
que ser não os nossos sapatos novos ou carcomidos, mas os nossos pés!
Por fim, viver não é apenas o caminhar para a morte – morte
há em que a vida não se antecipou. A verdadeira tristeza não é a que nos chega
com a morte, mas a aquela da qual nunca desgrudamos mesmo com toda a vida em
curso!
Boa terça-feira de carnaval com paz no coração e muito
samba no pé!
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