O aperto de mão entre o Papa e o Patriarca: amém?
Por Gilvaldo Quinzeiro
O que a aranha não tece, não pode lhe servir de moradia. Na
História, os fatos também são ‘tecidos’, e quando alguma a teia se fragiliza, o
jeito é tecer unindo os extremos.
Hoje, sexta-feira, 12 de fevereiro, na pequena, mas
emblemática e resistente ilha de Cuba, mas especificamente em sua capital, Havana,
ocorreu um encontro, que poderá servir de ‘ponte’ na difícil travessia civilizatória.
De um lado, o Papa Francisco, representante máximo da Igreja Católica
Apostólica Romana e do outro o Patriarca Kiril, líder maior da Igreja Ortodoxa
Russa.
Há exatos 962 anos, em 1054, no episódio conhecido historicamente
como “Cisma do Oriente”, a religião católica foi dividida em duas: a católica
apostólica romana e a ortodoxa. De lá para cá, não havia acontecido nenhum
encontro entre as duas autoridades destas duas religiões.
O encontro por si só já é histórico, e o local escolhido
mais emblemático ainda. Durante duas
horas, Francisco e Kiril fizeram uma reaproximação cujo hiato durava quase mil
anos. Trata-se de um gesto simples, porém, de um gigantesco significado.
Para os analistas, este encontro se fez necessário em face
das ameaças jihadistas aos cristãos, em especial no Oriente Médio. Isto é, diante
da real e sangrenta ameaça sofrida pela cristandade, o bom senso falou mais
alto.
‘Formiga’, que anda sozinha, o formigueiro não a salva!
O fato é que o mundo contemporâneo é por demais complexo.
Um até então improvável aperto de mão entre dois líderes religiosos, tornou-se
um gesto poderoso.
Após o encontro, Francisco seguiu viagem para o México e Kiril
permanecerá em Cuba.
Vamos aguardar para saber que ‘fios’ foram atados neste
encontro!
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