Por que a loucura do carnaval, em vez da realidade enlouquecedora?
Por Gilvaldo
Quinzeiro
Pelo amor de Deus me perdoe sobre as coisas que vou estar
dizendo a baixo, sem nada me referir as que você realmente acredita.
Explico-me: sou feito do mais bruto barro – daquele que nem sempre se fixa mais
na parede!
Não precisamos de armaduras ou coletes à prova de balas
para excursionar pela nossa curta existência, ainda que isso nos pudesse
alongar os dias ante a dura realidade que nos desmancha -, precisamos sim de
metáforas!
Sim, estamos em pleno domingo de carnaval, mas não é por
isso a recorrência as alegorias... Quem de fato suporta na espessura do ‘pó’,
que nos constitui o envergar-se das coisas dentro de nós?
O carnaval não é de
hoje e nem de ontem. Sua origem remonta aos mesopotâmicos, gregos e romanos. O
que todos têm em comum? – A metaforização do viver real.
Se o enlouquecer é um dos recursos usados pelas nossas
esferas psíquicas, quando a realidade nos é assim tão insuportável, o carnaval
é uma válvula de escape em multidão.
O que é pior: a loucura propriamente dita ou o fantasiar-se
dela?
O dito aqui me faz lembrar dos renascentistas, como
Michelangelo, por exemplo, no esforço de esculpir com perfeição o deus, que o
homem imaginava ser!
A busca pela perfeição é ainda um dos caminhos mais
próximos para a loucura. Este tem sido o caminho trilhado por muitos – uma simples
pose para uma selfie ‘perfeita’ tem lavado muita gente ao precipício!
Se não somos ‘perfeitos’ – Graças a Deus! – o que dizer
então das novas ferramentais?
Falar da ‘perfeição’ das máquinas, em vez do homem, é um
consolo ou inveja? É vitória ou fracasso? Sanidade ou loucura?
Eis a questão. Na dúvida, não da minha imperfeição, vou
preservando as minhas mãos, já quase trêmulas, fazendo uso das metáforas. A do
palhaço então me cairá bem nas travessias dos nossos dias!
Bom domingo de carnaval a todos!
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