A rebelião de presos em Manaus. O que pode haver por trás de tantas cabeças?
Por Gilvaldo Quinzeiro
A cena parece de um açougue. Mas de fato é uma barbárie. 30
homens sem suas cabeças. No total, 60 o número de mortos, e muitos feridos. É este o resultado da rebelião ocorrida em
Manaus, onde presos de facções rivais, os irmãos do Norte e o PCC, entraram em
confrontos. Ganhou quem mais exibiu cabeças como troféu?
Os motivos da disputa, pelo que parece, não são os de
dentro dos presídios superlotado, um inferno é bom que se diga, mas os
problemas do lado de fora, isto é, onde todos nós estamos, a saber, a disputa
por pontos de vendas de trocas e controles da logística do tráfico de maneira
geral.
A meu ver a guerra entre facções tem também outro
ingrediente, apimentado, é bom que se diga. O nome ‘Família do Norte’, uma das facções;
chama atenção para outro fato, qual seja, a rivalidade alimentada pelos
preconceitos culturais e regionais. O PCC é uma facção originada em solos ‘sulistas’,
e portando prenhe de alguma ideia de superioridade frente a
outros grupos.
Em outras palavras, a ‘guerra separatista’, que tanto
alguns grupos do Sul, que se consideram de elites, vêm falando, já começou, e
entre os presos – por ‘cabeça’!
Se a tese aqui estiver certa, eu espero que não, então os
presídios vão se transformar em palco de ideias e ações fundamentalistas, as
mesmas que têm alimentados o mundo do lado de fora das prisões.
O medo das autoridades é que esta guerra entre gangs rivais
se espalhe por todos os presídios do Brasil, e, no pior dos cenários, ganhe
também as ruas.
O Brasil ganha mais uma vez os noticiários internacionais com
imagens e fatos assustadores. O ‘gaguejar’ das autoridades dando
explicações para o ocorrido, é a prova de que já nos acostumamos a nos ‘sentar
na própria merda’!
Coçou a cabeça, irmão? Parabéns, ao menos a sua continua no
lugar!
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