Em nossos espantosos dias, quanto vale uma reflexão?
Por Gilvaldo Quinzeiro
É espantoso ter que dizer isso, mas, o mundo religioso
também tem se tornado vulgarmente perigoso e ‘embriagado’ por mundanas paixões.
Em um vídeo divulgado pela internet, uma pastora, na cidade Botucatu, São
Paulo, destrói uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. O vídeo vem provocando
calorosas discussões.
Enfim, o que mais nos espanta nos dias de hoje, a cabeça da
santa, que é de barro ou da fé pela qual se perde a cabeça destruindo a santa?
É espantoso o modo pelo qual muitos pastores ou membros de
uma determinada igreja, vêm se enchendo de ódio, e, em nome da sua fé, tentam
destruir os pilares das dos outros.
Todos parecem apressados em se colocar entre os primeiros
na ‘fila dos que vão para o céu’. Mas, que ‘fila’ é essa, onde a fé se
transforma facilmente em ódio?
Ora, ora, meus amigos, afirmar que nós somos a imagem e
semelhança de Deus, neste momento em que muitas cabeças estão sendo empilhadas
fora dos seus corpos, é rebaixar a condição divina aos limites da lama!
A fé é uma condição humana. E quando as condições humanas
são de tão ordem alteradas, aponto de não se acreditar mais nada, então, qual a
constituição de Deus?
Portanto, nestes dias, onde muita gente tem perdido
literalmente a cabeça, manter a sua no lugar, não é um exercício qualquer. Os
filósofos, a começar por Sócrates, fizeram deste exercício a sua filosofia de
vida! E quanto a nós simples comedores de feijão? Como saber que tão
importante, quanto a comida, manter a cabeça no lugar é ‘alimento’?
Que espanto, isso
não? Sim, o que nos provoca e ao mesmo tempo nos conforta é saber que o espanto
é uma atitude filosófica! A péssima
notícia é que nem todos conseguirão sobreviver a esta condição!
Comentários
Postar um comentário