O mal-estar é: perdemos o controle dos esfíncteres!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Assim como o vômito, que sai das nossas entranhas, o pior
daquilo que nem o sistema penitenciário brasileiro não está a suportar, ou seja,
os seus próprios presos e tudo que decorre desses, a violência, por exemplo; é
incontestavelmente fruto da sociedade. Apontar com o ‘dedo’ para aquilo que é
uma responsabilidade do conjunto da sociedade a começar pela família, a escola,
as religiões, enfim, a todas as instituições – é postergar para outras gerações
uma herança maldita, e que poderia ser evitada.
Sim, caro leitor, o problema da violência das rebeliões é
uma espécie de ‘bomba’ que nós a inflamos.
Ali nos presídios estão, portanto, uma parte de todos nós,
ainda que isso custe caro dizer. É ali
no presidio que está uma espécie do nosso Inconsciente, e como tal, do ‘reprimido’,
conforme nos diria Sigmund Freud.
Este é o ‘Mal-Estar na Civilização’. Perdemos o controle
dos ‘esfíncteres’: tudo é merda, incluindo as explicações dos nossos
governantes sobre o assunto, aqui mencionado.
Pois bem, assim como fazemos com o nosso lixo diário, isto
é, não damos o tratamento adequado, basta ver o acúmulo de lixo na entrada de
muitas cidades; às margens dos rios ou até mesmo em frente as nossas portas, assim
também descuidamos das nossas ‘bombas sociais’: as nossas já conhecidas mazelas
sociais!
E o pior é a constatação de que temos ao mesmo tempo várias
‘bombas’ prestes a explodirem em outros setores. Tal é o desmantelamento do
Estado.
Fomos flagrados com os calças curtas. Mas isso não é
desculpa. O problema é o velho costume de ‘empurrar o cisco para debaixo do
tapete’. E agora?
Agora, não resta outro jeito senão o de juntar toda ‘merda
espalhada’. A pergunta final é: quem estará disposto a fazer esta importante
tarefa civilizatória?
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