Édipo: uma paixão filha da mãe!

Gilvaldo Quinzeiro



O maior amor da minha vida é minha mãe, mas esta vive com meu pai, com quem disputei este amor todos os dias da minha vida!


Para tornar-me objeto da atenção de minha mãe fiz de tudo: chorei, adoeci, passei fome, tremi, briguei e até caguei!... Porém, tudo em vão!... O máximo que eu obtive foi levar umas boas palmadas na bunda. Pois é... Quando se ama se suporta tudo! Continuo amando a minha mãe mesmo sem ser correspondido por ela!


Quanto ao meu pai, este chato, encrenqueiro e eterno frustrador dos meus desejos, homem da minha mãe, sempre que o vejo não disfarço a inveja e a raiva que tenho dele!...


Pai, porque  tu foste ser o homem da mulher pela qual eu morro de paixão? Não havia outra mulher para te apaixonar? Será que é por isso meu pai, que nós homens mentimos para as outras mulheres que morrem de amor por nós?


Eu estou certo, entretanto, isso eu descobri há bem pouco dia, que para o bem das outras mulheres não lhes devo amar, como amo e amei a minha mãe, porque estas se transformariam em pobres mulheres sufocadas por ingratidões!

Aos outros homens, um conselho: amem mais suas mulheres e menos a sua mãe, porque esta já tem quem a ame bem ou mal, de sorte que nunca seremos objeto de sua atenção por mais que nós a amemos desesperadamente!

E o que então o amor? È aquilo que nos faz viver para alem do amor por nossas mães, amando outras mulheres sem, contudo, morrer de amor por elas e nem querer desejar a morte daqueles que por ventura possam vir ocupar o nosso lugar assim como nossos pais o fizeram!


E a poesia onde fica? – Na contemplação das noites de lua cheia, sem o uso de outros “olhos” alem dos nossos para, assim, se evitar ver suas feias crateras!


E eu o que sou? Apenas um filho da mãe, que gostaria estar no lugar de meu pai para não viver sofrendo nas mãos de outras mulheres, porque estas nunca serão nossas mães -, ainda bem porque com estas nos tornamos “homens” e homem não “pode chorar”!...


Então que são estas lágrimas? A umidade que molha por fora as garrafas de cervejas, que as adotamos como nossas mulheres, e nos esquecemos que nem todas as mulheres são loiras!


De um simples filho de uma mãe para todas! Feliz Dia das mães!

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