No Divã

O ser, do ser do pai e filhos

                                                                                                                                Gilvaldo Quinzeiro



A relação entre pais e filhos nos remete para as raízes do nosso amor e ódio plantado em nós, ainda quando éramos bebês, de sorte que, o futuro desta relação é tal e qual a de um soldado que vai pra guerra, ou seja, depende de um conjunto de fatores que está além das nossas armas. Todavia, o “me ser, como eu sou”, que nos coloca frente a frente com os filhos, é para começo, o que pode por si só nos anunciar o fim.


Em outras palavras, “o pai” que é uma construção simbólica, e por isso mesmo pode ser desconstruido, é apenas uma representação, mas, o que lhe sustenta são os pilares do “ser”, que para ser se sustenta no que todo ser se afunda, a saber, na adversidade e complexidade da existência humana.

O que dizer então dos filhos? Estes estão perdidos para posteriormente se encontrarem, se se encontrarem, no que os pais acharem que os mesmos são? Puro jogo de palavras? Mas, nesta guerra entre pais e filhos são as palavras que nos matam ou nos vivificam. E como as palavras não se sustentam sem a representação do concreto, então tudo nos leva a crer que é nos mais profundo do nosso ser, que para ser tem que se submeter à ordem do não ser, que os sobreviventes pedem socorro!


Pais e filhos, portanto, pertencem à natureza antológica das coisas, e como tal, sente dor da dor de ser. O remédio para estas dores se deve procurar na árvore do tempo cujo fruto, o da paciência, é o doce para o amargo de todas as sementes!

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