O jogador e o poeta, uma genial troca de passes!

Gilvaldo Quinzeiro



O jogo de futebol, onde jogador pena para ter a posse da bola, e quando este a tem, esta tem que ser imediatamente chutada, é comparativamente, a um outro jogo no qual o poeta sofre na pena para ter o domínio das palavras, sabendo que estas ninguém nunca as domina, exceto quando as colocadas repentinamente pra fora.

Isso permite ao jogador e ao poeta, mesmo em campos tão diferentes a trocarem passes de letras, onde o primeiro ao criar uma nova jogada, permite que os torcedores nem sempre afinados com a pena, as pronunciem com versos e rimas, popularizando-as em letras garrafais! Enquanto isso o poeta, percorre em passos tortuosos qual os do Garrincha, penando para driblar o “branco” cuja  defesa atenta lhe rouba todas as palavras, causando um custo caro ao poeta qual a de um pênalti perdido.

O jogo com as palavras, estas tão escorregadias para o poeta, como a bola para o jogador numa “dividida” – é uma peleja qual a de uma partida de futebol, onde o jogador com chuteira sem travas se esforça para manter o equilíbrio num campo encharcado. E assim, neste jogo de comparações é que surgem os passes, uma tabela de primeira entre o poeta engajado e o jogador aplicado.

No campo, lá pela direita, uma jogada genial. A torcida literalmente de pé, o estádio todo em silêncio. E lá vai a dupla trocando passes e palavras: um “chapéu”, uma “pedalada”, uma paradinha”, um “lençol” enfim, o “drible da vaca”!

Com a palavra, o jogador!

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