O não-vivido, que dor!...

Gilvaldo Quinzeiro





1 O não-vivido vive em nós para sempre ate ser vivido. Não como o não-vivido, mas o que vive em nós a espera de ser vivido.


2 O não-vivido é a (des) palavras que só “palavrisa” quando vivido. O “gozo” é desta ordem do inefável, isto é, como nós nunca o verbalizamos este nos faz vivermos para repeti-lo, ainda que nunca conseguiremos dominá-lo.

3 Assim sendo, o não-vivido nos transforma em gado cujo capim não consegue saciar a nossa fome e nem a mais cristalina das águas, a nossa sede.


4 Em outras palavras, o que Freud explicava ainda nos causa dor, a mesma dor que dói naqueles que desesperadamente tentam (des)explicar Freud para ocultar suas dores - exatamente como Freud explicava – o que não conseguimos explicar em nós “somatiza-se e doe”, tal como doerão em Marte as mesmas dores que levarmos da Terra!


4 E em chegando em Marte, às dores da Terra quando explicadas por outrem assim como Freud explicava a nossa dor, não serão tão somente as dores da Terra, mas também as nossas próprias dores.


5 Pena que enfrentar a dor também doe! Mas, o que doe mais as explicações de Freud sobre as dores ou as dores pelas quais ainda não se têm explicações?

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