A política, os negócios e a cidade: quem fala em nome de quem?
Gilvaldo Quinzeiro
A política sempre foi palco de retórica e contradições,
disso os gregos sabiam mais do que ninguém. O que se esquece, porém, é que este
palco era a “polis”, ou seja, a cidade para a qual e sem a qual, não haveria a
política em seu sentido propriamente dito.
Em Caxias,
nos últimos tempos, a política tem significado apenas “negócios”, ou seja, uma forma pela qual e sem
a qual “os negócios não andam”; negócios em nome de meia dúzia, diga-se.
Enquanto isso, a “polis”, a cidade, o que é? De quem é?
Caxias, não tem se tornado em outra coisa, senão, na
barbárie - , resultado da política
aplicada não só no seu sentido inverso, mas, fundamentalmente, no sentido para
o qual ela não tem sentido algum, isto é, no escancarado abandono da cidade, da
polis, em beneficio único e exclusivo daqueles que, ao contrário, dela deveriam
zelar.
Eis aqui o fundamento do afundamento da cidade de Caxias:
os negócios particulares, em nome dos quais a cidade perde seu próprio nome.
Quem é Caxias no atual cenário econômico-social do Maranhão? Um republica de
forasteiro?
Esta discussão, entretanto, tem algo mais grave, que
é a perda da cidadania. Em outras palavras, o cidadão na condição apenas de “bicho
urbano”. Aliás, é este “bicho urbano”, o resultado claro da falta de uma política no seu sentido
público e civilizatório!...
O “bicho urbano” não é outra coisa, senão a percepção
da cidade em seu sentido mais aniquilante: o fantasmagórico, ou seja, de total
abandono!
Ora, quem passa ali em frente ao antigo Centro
Administrativo Alexandre Costa (em frente Caixa Econômico), percebe o quê?
Pois bem...
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