Uma reflexão: o rabo da violência poderá ser o nosso?
Gilvaldo
Quinzeiro
A
violência que toma conta das nossas ruas ao menos uma coisa nos ensina – os
homens, se ainda existirem não é do “falo” que (com a língua se perdeu) sentem
falta, mas, de outra coisa que nos macacos abunda, e que, se colocado nos homens acima da bunda, justificaria o motivo de estarmos sempre de cabeça baixa,
quando os que nos vencem estão abaixo de
todos os primatas!...
Ora, por
falar em “perda da língua”, o contexto é
absolutamente desfavorável a toda espécie de
“ismo” – romantismo, humanismo, pacifismo, construtivismo e outros
termos que tais. Isto é, perdemos um
“tampo” da nossa língua que, com um vão esforço de recuperá-la adicionamos no
campo do abstrato, pois, no real, já
estamos “fritos”, os seguintes termos
recorrentes : (des)construir;
(des)considerar; (des)fazer...
O que
seria isso, senão um sintoma de um “mal-estar”! Um mal-estar, diga-se que põe
em xeque o homem, enquanto síntese de uma civilização.
Enquanto
nos “coçamos”, e coçar é um ato mais do que sintomático quando não há outra
coisa a se fazer, a violência escreve por linhas tortas, o que vamos
acatar como “certo”?
Vivemos
ou não um momento que, para o qual ainda não se tem um discurso?
Afinal o
que afina uma língua, não seria o hábito de lamber o mel? Então numa realidade
grossa, qual a necessidade de línguas finas?
Nestas
alturas, entretanto, de qual bicho o parentesco nos cairia melhor?
Refletir
a cerca da nossa árvore genealógica, numa época de troncos apodrecidos é no
mínimo atentar para a condição de continuarmos de pé.
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