A educação e seus pastos, nós seus bois e vaqueiros
Por Gilvaldo Quinzeiro
Uma educação de peso. Era assim na época em que a
palmatória substituía toda e qualquer palavra. Hoje, sem a palmatória, qual o
peso das palavras para uma educação que apenas levemente se rasteja, enquanto a violência cada vez mais à galope nos torna seus cavalos? Com que
ferramentas, enfim, poderemos tornar a difícil tarefa de educar, possível?
Este texto versará sobre o peso e as medidas da educação.
Não se trata, pois, de apontar nenhum novo caminho, mas ao menos “esporar” os
cavalos mais lerdos desta corrida - os
nossos governantes!
Ora, o que já não
se escreveu sobre a educação? Quantas teses? Quantos ensaios e publicações?
Todavia, só um detalhe precisa ser dito meio que à
queima-roupa: quem as escreveu quão
distante estavam do “calor” de uma sala de aula? Assim de “longe” até eu
sou um bom vaqueiro! Aliás, há muito tempo meu gibão já não me protege dos
espinhos, nem meu cavalo, das rachaduras nos pés...
Pois bem, vivemos uma educação sem “cerca alguma”; no
máximo, algumas podres estacas – e no
todo, só destampado, e,
muito novilho procurando no que se coçar!... Quiçá, as porteiras
tardias, não consigam nem com todos os olhos das câmaras conterem o estouro da
boiada cujos berros há muito tempo já nos ensurdece!...
Enquanto isso, os governos o que fazem? Nada além de, disciplinadamente
secar os pastos. Aqui, quanto mais magros os bois, mais fortes os currais; e
mais fácil “o ferro”, principalmente, quando já se
avizinham as novas eleições...
A
pedagogia de “fundo de quintal”
Por fim, para não fugir do contexto bucólico, como aqui
no texto aludido, eu vou propor para que pratiquemos uma nova Pedagogia – a Pedagogia
de Fundo de Quintal. Tal pedagogia como o próprio nome sugere, passa, por
exemplo, em descobrir, resgatar, valorizar e oportunizar “os inventores de
fundo quintal e seus engenhos de criatividade ”; fazer uma produção escrita da
riqueza da nossa oralidade cabocla; bem
como, estender o sistema de avaliação para além da sala de aula, e, faze-lo chegar
até o local de moradia dos nossos
alunos. Ou seja, precisamos saber o que os alunos de fato fazem com o conhecimento adquirido na escola.
Está este conhecimento sendo útil, lá onde o aluno dele precisa?
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