As liberdades das marchas, e a prisão dos seus soldados: como não se sentir um pássaro na arapuca?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Depois da hibernação da “primavera árabe”, o que esperar
das outras marchas ainda em seus “verões”? Afinal, por quem marcham tantos
soldados, quando as novas armas de guerras vão sozinhas para o campo de
batalha? Como negar a visível arapuca em que o mundo todo se transformou, e, a
nossa “liberdade” em suas algemas?
Pois bem, de todas as marchas em cursos, uma em
particular me chama atenção, as das “vadias”. Nascida em 2011, na cidade de Toronto, Canadá, a “marcha das vadias” denuncia os
casos de estupros, mas também o direito das mulheres estupradas em usar roupas
que, aos olhos dos outros foram as mesmas que provocaram o estuprador.
Emblemático isso, não?
O direito de ter direito ao direito, dentre tantos direitos,
o direito de aparentar-se como “o não
direito”, para, ainda assim ter direito
entre os direitos ainda por se constituir em direitos. Entendeu? Eu
também não!
Depois do estrondoso fracasso do “fim do mundo” (ainda
bem?), quando todas as marchas tinham enfim, suas “cruzes”, algumas até mais
pesadas do que outras, deveríamos, pois, ao menos estar inventando um “novo
começo” para o mundo que ainda não se
acabou? Ou será que hoje a mais midiática
das “cruzes” se alimenta exatamente do “quanto
pior, melhor”?
Mas falando em liberdade – que paradoxo - nunca tivemos tão preso a uma liberdade que
nos aprisiona!
Eu, senhor da minha liberdade, tenho o direito de me
livrar da “liberdade” em que os outros usam e abusam da minha privacidade.
Ainda bem, que hoje eu me dou conta de que algumas das minhas lutas travadas com
sangue e suor, uma, nem com todas as
derrotas diárias - me tiraram da vitória
– a que me faz está dentro de mim mesmo!
Já pensou neste mundo tão vazio e efêmero, eu ter comido meu próprio fígado apenas
para sentir o gosto da “fama”! Quem de
mim e por mim estaria agora em marcha,
quando o que me espera lá na frente, exige que eu já estivesse em fuga?
Comentários
Postar um comentário