Como as de Ícaro, as nossas asas. O sol, como a mais bruta realidade!
Por Gilvaldo Quinzeiro
As asas. Passado
o tempo, e somente as afiadas garras do
tempo nos ensinam qual o significado de se ter a barriga colada ao chão, é que
vem uma das mais brutais lições da vida: “não temos asas, e voar pode passar
longe de nós! E agora seus camundongos? A águia fez voo rasante sobre nós”!
A inspiração para este texto surgiu hoje pela manhã,
depois de um encontro rápido na rua com um velho amigo. Trocamos poucas
palavras, mas o suficiente para me tocar profundamente. Falamos de músicas. Das
músicas que não conseguimos mais ouvir. Falamos dos amigos. Dos amigos que nos
trocaram por outros. Falamos dos nossos pais, e da certeza de que os estamos
perdendo. Falamos de sonhos. Dos sonhos
que mesmos rascados, ainda teimam em nos manter inteiros.
“Não temos asas”! Despedir-me do meu amigo com este
pensamento. E sai remoendo todos os “remendos” da minha vida até chegar aqui,
onde estou costurando este texto. É claro ao som das músicas que me fazem ser a
águia das minhas lembranças!
Um sábado como hoje, já pesquei. A pescaria fisgou
em mim, não os peixes. Fiz voo quando ter asas, era coisa lá pra frente... pro
futuro! Fui Ícaro, bem sei! Mas, a
realidade, o sol... E muitas coisas boas de mim se espatifaram! Porém, desistir
de manter os pés na minha estrada, jamais!
Um bom dia a todos!
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