O beijo que parou na boca do Brasil!




Por Gilvaldo Quinzeiro


“Quem tem boca vai à Roma”, diz um velho ditado. Roma era então o destino de todos, mesmo para quem não soubesse por qual caminho chegar lá, bastando para isso ter apenas boca. “Quem tem boca diz o que bem quer”. Eis outro ditado que fala o quanto uma boca pode abocanhar o mundo!

Bem, neste momento eu abro a minha boca para falar do “beijo que parou na boca do Brasil”! Lembram do final da novela “Amor à vida”? É disso que vou tratar aqui neste texto que vai me custar umas boas salivas!

Mas de cara vou logo dizendo: na história deste beijo eu não serei nem Jesus, e muito menos Judas – mas apenas um espantalho de braços abertos espantando os passarinhos da plantação!

E a pergunta que faço de cara é: quem afinal se sentiu traído ou atraído por este beijo? 

Ora, um beijo quando sentido como “um tapa na cara”, dispensa qualquer boca, pois a sua intenção é mesmo a de atingir os olhos.  Será que foi esta a intenção?
  
 Eu já disse aqui em outros textos de que hoje, os olhos são substitutos da boca. Então se assim sendo, o tal beijo para muita gente pode ter descido como “espinha” rasgando a garganta ou como olhos na ponta do espeto?

“Isso é coisa só de novela”. Claro que não! Em algum tempo nos escuros das ruas, quantas bocas, como aquelas do final do “Amor a Vida” já não se beijavam escancaradamente?

A questão agora é outra, a saber, diante das “avalanches de imagens”, muitas delas tão escassas na real intimidade, quem vai ter boca para dizer o que os nossos olhos já não estão ficando obesos demais?

Por falar em “olhos obesos”, estamos esquecendo que a nossa boca é que está seca. E beijar uma boca assim, pra que enfim arregalar tanto os olhos?

Eis como é vantajoso ser um espantalho nesta hora!









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