Como um chapéu, a morte é apenas uma metáfora: Oba? .
Por Gilvaldo Quinzeiro
O ilusório é nossa realidade humana. Se não fosse o
nosso apego a esta dimensão, nos sentiríamos como de fato somos – esfolado!
Tudo enfim é uma metáfora – até a morte? Eis o que vamos ousar responder neste
texto.
A propósito, ontem eu conversava com um amigo a
respeito da morte. Entre outras coisas que conversamos, eu disse a ele: “a
morte é como um paraquedas, isto é, um dispositivo do qual recorremos em
condições extremas”! Ficamos rindo com esta conclusão assustadora...
A questão, entretanto, não é se a morte é uma
metáfora, está claro que sim, se levarmos em conta que dela nada sabemos, senão
sobre o que dela pensamos. De modo que, o significado da morte
antropologicamente falando, não é para quem morre, e sim para quem a presencia
nos outros, logo, de uma forma metafórica.
O estranho é como realmente vivemos! Ou seja, vendo
a vida nos escapar a cada dia. É aqui onde se planta toda e qualquer noção de
tempo, espaço, bem como da morte. E o mais assustador não é o nosso
desconhecimento da morte, mas sim a nossa ignorância sobre a vida!
A morte é uma coisa certa. Todos nós, um dia iremos
nos dá de cara com ela! A vida, no entanto, é rara e incerta. De modo que,
podemos estar agora mesmo desperdiçando os nossos últimos instantes. E pasmem!
Ocupados com a morte!
Há uma outra coisa fundamental, a meu ver, sem qual,
uma discussão como esta não nos fará nenhum sentido, a saber, a experiência pessoal.
A criança quando faz um “risco”, e ao ser questionada por alguém o que significa
isso, responde: “minha mãe”! Ora, que diabo, não?
Na verdade, em um certo sentido, continuamos a agir
como uma criança. Ou seja, riscamos o mundo conforme seja o mundo que nos
habita. Portanto, somente as travessias dos nossos desertos, nos fará capazes de
pintar uma paisagem seca ou úmida, pois, é desta travessia que estaremos a
falar até que nos chegue a morte. Oba?
Da morte, portanto, nenhuma realidade poderemos
falar, exceto, se já tivermos vivido na condição de seus fantasmas. Mas como homem,
o melhor que fazemos é nos ocuparmos com a vida, mesmo que isso signifique um
simples gesto de pôr o chapéu... Já para o sol, isso em nada lhe esfriaria! ...
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