Na fala há que não é palavra. Um diálogo com o nosso silêncio gritante!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Na fala há o que nos arremessa. É impossível, pois,
falar sem se lançar também com as palavras. O ato de falar se assemelha a uma
janela aberta. Não há como contemplar a vida através desta, sem se atirar por
ela. Portanto, o sujeito que fala é silencioso, enquanto aquele que grita é o
que com a fala se arremessa – para longe daquilo que a própria fala em si não
lhe representa.
Em outra palavras, na fala há que é vômito. E neste há
aquilo que é o melhor do sujeito. Mas como compreender que também nos
arremessamos pela boca, se quando esta estando fechada, nos escapulimos pelos
poros?
No sujeito há aquilo que não se “palavrisa”. E
aquilo que não se “palavrisa” é da ordem do que não vive. Porém, isso não
significa dizer que aquilo que não se vive, não vive em nós para sempre.
Dito com outra palavras, o não vivido, vive em nós
para sempre. Não como o não vivido, mas como aquilo que vive em nós a espera de
ser vivido. Ora, o não vivido é a “despalavra” que só se “palavrisa” quando
vivido. Portanto, no sujeito há aquilo que lhe escapa!
Está vendo aquele “espantalho” lá no canto? – Sou eu
habitando fora de mim!
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