As aranhas, a realidade e suas teias: como não falar da seca de homens?
As aranhas, a realidade e suas teias: como não falar da seca de homens?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Estamos numa “nova
teia”, as nossas já não tecem mais nada, logo, não somos mais as mesmas aranhas. Isso
implica dizer que, como diria o filósofo
grego Heráclito (335- 475 a. C) realmente não se pode “banhar duas vezes no
mesmo rio”. E se pudéssemos quão suja estaria a nossa pele!
Portanto, só nos
resta saber agora, se realidade que nos faz sem “teia para tecer ou sem
rio para banhar”, nos permite ao menos
ser como jaboti, ou seja, carregar nas próprias costas o que sobrou dos velhos escombros para, lá na
frente tirar um leve cochilo debaixo, enquanto os outros bichos fogem em
disparada do veneno dos outros.
Ora, Heráclito de fato tinha razão. Só um detalhe precisa ser acrescentado: os
rios nem todos secaram; alguns como o Gandhi milagrosamente flui em seu curso
de “gente”, a espera que o velho rio lhe traga um novo corpo, contudo, os
homens de verdade estes todos já secaram - muito dos seus cadáveres estão apesar das preces
a matar o rio que nem por isso se
apressa!
Pobres homens ou pobre rio? Vã pressa ou lá se vão todas as preces com o rio que não gemi tal como seus
cadáveres ?
Estas mal tecidas linhas
agora me fazem pensar: quem sou eu agora para a aquela aranha que nunca
deixou de se banhar todos os dias nas gotas de orvalho que ficaram
fisgado na sua tão tênue teia?
Por fim, saindo do campo das aranhas, agora eu quero
prestar a minha homenagem a Heráclito dizendo que aquela frase sobre rio me deu
literalmente um banho!! Eu nunca mais me
senti seco!! E vou aqui retruca-los: um homem não janta outro, logo, é exatamente isso
que é mais assustador, porque, se ambos forem homens só demorou ate a hora do
almoço.
Então corra se não eu te janto!
Até lá!
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