Os espelhos não mais refletem os homens ou os homens não mais se veem nos espelhos: eis o paradoxo das faces que se enrugaram!




Por Gilvaldo Quinzeiro


O que ora ocorre no Brasil é da ordem do que também  vem ocorrendo em todas as partes  do Mundo. Ou seja, as novas faces não mais se reconhecem nos “velhos espelhos” que as refletem. Isso também significa dizer que, aquilo que hoje mais assombra os homens, é exatamente o que antes para os espelhos era apenas  seu sorriso! 

Ora, dizer o que o mundo acabou pode até não ser mais novidade alguma, porém, afirmar que o homem já não almoça e nem janta como homem, isso sim, é assombroso! Contudo, antropologicamente falando, isso soa como uma grande eloquência.

Em outras palavras, vivemos uma “crise de representação”. É o que sabiamente nos revela o Presidente do Supremo  do Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Todavia, se isso restringisse apenas ao âmbito jurídico ou legislativo, seria mais  simples.

Pois bem, a natureza humana é, graças a Deus, animalesca, por isso mesmo, não há  lei alguma que a represente. A questão, contudo,  se torna mais grave quando todas as leis, já não mais diz respeito  ao homem que,  ao se ver no “espelho”  também não mais se reconhece enquanto homem.

Então, pelo aqui exposto, estamos vivendo um  momento bonito de ser,  mas os homens nunca se sentiram tão feito. Eis o paradoxo dos espelhos!

Historicamente falando, se antes os homens, enquanto membros dos governos, seja, na condição  reis, seja,  na condição de imperadores, construíram obras gigantescas para agradarem seus deuses, hoje, na sociedade contemporânea os homens, digo, os atuais governantes ou aqueles que usufruem da condição de poder, constroem “templos” para si mesmos. Tudo isso em nome da legalidade, que torna legítimo uns possuírem tudo, em detrimento de  que para os outros tudo é escassez.

Ora, isso  me faz lembrar dos velhos, porém, atuais ensinamentos de Karl Marx. Mas falar de novo de Marx, hoje é significa o quê?




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