O nada: é tudo? Um convite à introdução a filosofia do esburacamento!
Por Gilvaldo Quinzeiro
O mundo não é o que
é, e nem teria como ser, logo, também não é como se pensa que seja, e, muito menos como gostaríamos que fosse. O mundo é, pois, da ordem do
“esburacado” – cair dentro é se agarrar aos
próprios pensamentos – mas isso não significa, no entanto, pensar o
mundo por inteiro.
Ora, sobre o exposto acima não precisa nada entender, pois, o que ocorre é que já estamos nos despencando de buraco a
adentro!
Em outras palavras, o pensar é o maior de todos os
buracos humanos. De sorte que o próprio homem, assim como pensa ser, é da ordem
daquilo no qual este simplesmente se engancha. Se repararmos bem, estamos todos
por um “trisco” do espatifamento, logo se conclui que, por isso mesmo, pensar é
um ato que nos exige muita coragem; é
como também se olhar no espelho!
Contudo, a vida não nos fez de asas: ainda bem, pois, se
assim fôssemos, certamente não teríamos qualquer ideia, do quão somos todos
porosos! E o pensamento poderia nos
levar para buracos mais além. De modo que, refletir sobre a queda, já seria a
própria queda em si. Ufa!
Hoje, por acaso, assistir o trecho de uma entrevista com
Ariano Suassuna, por quem tenho a maior admiração, dizendo: “que o “enigma” só
nos será revelado com a morte, e que este se constitui no sofrimento e no mal”.
Pois bem, isso nos
leva a pensar o seguinte: em que “buracos” os deuses se escondem ? E se
estes estão a se despencar juntos conosco ou apenas rindo dos estragos na nossa
cara? Ora, isso não seria algo como pensar, mas simplesmente invejar?
Então qual o grande colo em que o homem busca o conforto ,
senão o de se apegar ao ato de cair, e ainda assim não ter se espatifado
por inteiro! Que conforto, não?
Não por acaso que dá um frio danado na barriga, olhando o
quanto de buraco ainda temos pra cair!
Ufa!
O que será que nos
espera lá embaixo?
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