A pescaria é de jovem, mas o mar nem sempre está para Pedro: um olhar sobre a visita do Papa Francisco ao Brasil – um mar de aguas agitadas.



Por Gilvaldo Quinzeiro


Aberta oficialmente a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, na praia de Copacabana, e com ela,  a mais emblemática de todas as pescarias – aquela em que o pescador também tem que se oferecer como isca, pois, do contrário, as outras redes fisgarão o próprio mar, tornando o que é de Pedro, pedra...Aliás, o que é de pedra que também não é de Pedro?

Pois bem, não há como negar que no meio de tantas “redes”, as  das drogas e a da violência arrastam os jovens sem piedade alguma para as profundezas do inferno humano. Alias, é bom que se diga que nunca o inferno se tornou tão atrativo como nos últimos tempos.  E,  se a tarefa da religião é levar o homem para o céu, então, “fisgar” os jovens de onde quer que eles estejam, significa pescar o futuro que já nos escapa.   

Mas para quem  as religiões pescam os jovens  para Deus ou apenas para si mesmo? Que religião é  capaz de se sustentar sem os braços e os sorrisos dos jovens?

Ora, quão humana é a religião, quando,  ao se dá conta da escassez de “peixe”, se põe a pescar os homens!  Os mesmos  homens que muitas vezes só têm fome de peixe...  Sábia ou santa contradição? E quando  à escassez é de homens, o que enfim, “pescam” as religiões?

Em se tratando de pescaria, pode ser coincidência, mas hoje, em Aparecida, na sua primeira missa,  um dos símbolos mais notável nas indumentárias do Papa Francisco, era exatamente, a de um peixe; ele, o papa, o substituto, de Pedro, o pescador!...

Mas, enfim, o Brasil onde acontece a Jornada Mundial da Juventude  está tal e qual um “mar de aguas agitadas”: pescar nestas condições é colocar o barco à deriva! Contudo, o Papa Francisco já demonstrou que, como todo e bom pescador, “rezar” antes de entrar no mar é sinal de que a pescaria é mais do que fisgar o peixe, mas,  também respeitar o mar!... E não foi o que Francisco fez ao ir a Aparecida?

Portanto, as redes estão lançadas! Que vença o peixe ou o pescador?




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