De quem é a mão que nos acena no “novo”, quando tudo que é “velho” ainda se ver no espelho?



Por Gilvaldo Quinzeiro


O mundo que está “grávido” doutro mundo ainda não “pariu”, contudo, até este vir a dá à luz, ainda que esta nos pareça a face mais obscura, sentiremos a suas dores e contrações. Que pessimismo! Não, por incrível que pareça, a pior das condições é aquela em que dor alguma já não se sente!...

Ora, o presente já nos  arrasta precocemente para o futuro, todavia, paradoxalmente, tudo que é “velho” ainda se ver no espelho, enquanto isso,  “o novo”, talvez por ser movido pela “pressa” que ofusca o próprio tempo, não  tem para si, espelho algum... Quiçá, “o novo” não seja necessariamente belo de se ver, porém, não há como não se “enfeitiçar” por ele!

Deste modo, nos surge uma inevitável e  assombrosa questão: de quem é aquela mão que já nos “acena”, quando as nossas já não podem ser mais estendidas, haja vista que  as dos outros estão expostas no lugar  onde  tudo,  os homens descartam?

Pois bem,  outra questão nos dispensa toda a “cachaça”: aquela em que o Papa Francisco do “alto” de onde o homem  comum o colocou com sua “fé”, desceu até a mais humilde das casas apenas para  pedir um “cafezinho” – no que mais enfim, o Papa nos “embriagou” com isso?

Por falar em “cachaça”, os engenhos deste novo tempo, assim como nos do passado,  só é livre, quando escraviza. Não que tenhamos desta feita, as mãos acorrentadas, mas, apenas aquela que finca os dedos na própria alma, está sim, poderá ser de nós  arrancada.

Ora, isso não é tão velho quanto o desejo do “novo”? Então o que é novo que o velho naquele não se reconheça?

Eis o tempo de mãos dadas ou de pés fincados?





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