A periferia que nunca “dormiu”, acorda a igreja e a política: que fome deve ser saciada primeiro?



Por Gilvaldo Quinzeiro



O Brasil  não só chega tarde a periferia, e, pasmem,  pelos pés dos outros! Primeiro, em 1996, com a visita de Michael Jackson, no Morro de Santa Teresa,  para  a gravação de um clipe,  quando só então o Brasil se deu conta de que tinha favelas. Segundo, agora, na Jornada Mundial da Juventude,  com a visita  e bênção do Papa Francisco, a favela de Varginha, quando, nos demos conta de  que “o Brasil que não se via,  era realmente  diferente daquele que virtualmente  nos cegava”.

Ora, se o Brasil continuar precisando dos “pés dos outros” para  só então pisar no seu próprio território, certamente para isso não vai faltar quem queira. A questão, porém,  é o que isso despertará  nos visitantes e,  especialmente nos visitados?

Se depender da mensagem do Papa Francisco,  entretanto, ele, um jesuíta,  a igreja católica nunca mais deverá sair das periferias. Mas, quanto, aos  políticos brasileiros continuarão “dormindo em berços esplêndidos?”

Pois bem, se a fome, a miséria, a violência, a exclusão não são de hoje nas periferias do Brasil que tipo de ajuda não lhe será tardia? Que palavra  lhe substituirá o pão que já é escasso?

Se até agora as periferias  do Brasil sobreviveram por um puro “milagre”, que igreja também não fará o seu? Afinal quem vive de milagres?

Portanto, que ao menos o Brasil aprenda uma coisa com a visita do Papa:  que todos desçam do seu pedestal e assumam a periferia que é o Brasil!

E então: “papa essa Brasil?”





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