A coisa pela qual nos afogamos: o rio contra o qual o solo é rachado!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Somos o rio cujas beiradas é o outro, logo, tudo que
nos afunda é da ordem do que também nos escapa. Ora, o que nos escapa é tudo. E
de repente tudo é seca: outro rio se faz
em nós. Este sim nos afoga, é lascivo, se não fosse desta ordem que outro rio
seria perene em nós?
Somos todos lascivos sim, conquanto, alguns na luta contra
esta correnteza se tornam solos áridos e bem rachados,
contudo, ainda assim, férteis de “mãos que não conseguem nem ao menos ocultar a
“coisa”.
Ora, o que é a “coisa”, senão aquilo em que a nossa
mão não eclipsa e muito menos as nossas palavram alcançam! Eis o rio cujo fundo
é tão raso em nós.
Partindo desta linha de raciocino, uma questão
merece aqui ser exposta: nunca tivemos tanta
fartura de “coisas”, logo, sem as mãos que as tapem, estamos sim todos nus!
Contudo, isso não significa dizer que estamos no paraíso,
antes fosse, porém, uma coisa é certa: o inferno nunca foi tão pregado! E no
lugar desta “coisa”: o tempo de templos
erguidos!
Já pensou na “coisa” banhada pela mão, mas afogada
naquela?
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