A palavra, a genitália e seu deslocamento. E a de Deus?



Por Gilvaldo Quinzeiro


A palavra é o “barro jogado na parede”. As vezes quando seca demais, não gruda, e se desfaz na sua própria aridez.

Diz a mitologia cabocla que, quando Deus estava colocando o sexo nas suas criaturas; em todos, ele o colocou de mansinho com a mão, exceto, o do porco, que se desgrudou, de modo que, num ímpeto, o criador o atirou (o sexo), como se diz, “de rebolada”, e por pouco não perdeu o alvo. Razão pelo qual o testículo do porco é colado lá em cima, ao invés, de lá embaixo como os outros animais.

Assim, também é a palavra. Ou seja, um tardio esforço de “costurar” as cenas da vida que fluem caudalosamente como as águas do rio.  Razão pela qual, não é a palavra, a condição do batismo, mas a água. E, na água, o que se inscreve?
Mas voltando a cena onde porco se escapuliu das mãos de Deus. Já pensou se fosse o homem? Que sexo teríamos com as genitálias nas costas?

A propósito, em um outro texto (não postado aqui) eu fiz um ensaio dando conta do “deslocamento da genitália”. Como assim?

Pois bem, a genitália é uma metáfora: senão como fazer sexo usando apenas os sapatos?

Ora, Deus sabe realmente o que faz! E em se tratando de “palavra”, realmente só a dele. Mas quanto a genitália, o mesmo podemos afirmar?

Ufa!

Neste instante, a minha subiu à cabeça!

E agora?

Com a palavra, o porquinho!


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