Quem somos, a despeito de que "o ser" é da ordem daquilo que se desfaz?
Por Gilvaldo Quinzeiro
“Nem o mel e nem a cabaça”, assim diz o ditado
caboclo, quando todas as possibilidades foram esgotadas. A vida humana é ao
mesmo tempo o “ mel e a cabaça”, ou seja, um arranjo entre duas coisas
improváveis – qual a relação entre o mel e cabaça? Nenhuma, exceto, a que é
dada pela intervenção arbitrária do homem!
Na velhice, nos daremos conta entre outras coisas que,
os arranjos feitos, tal como a que ocorre entre “o mel e a cabaça”, não só vão
se desfazendo, como a rigor, não havia costura alguma nesta relação.
Em outras palavras, na velhice nos depararemos com
uma realidade devastadora, a saber, aquela em que já não somos “nem o mel e nem
a cabaça”!
Na verdade, esta conclusão foi apenas adiada, isto
é, um arranjo, pois, durante toda a vida, fomos apenas “quebradiços” tal como a
cabaça. Já pensou se nos sentíssemos “os
cacos” nos primórdios da vida? Eis o mel!
Portanto, a vida por suas “imbiras”; quanto aos amarradios são nossos. Quantos porém,
decidem desde cedo pela corda no pescoço?
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