Que nos venha a medusa, pois, ja perdemos a nossa cabeça para a nossa seca do olhar do outro!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Os extemos das imagens, do gozar com os olhos, ao
morrer enforcado pela seca do olhar do outro. Eis a medusa do nosso tempo, e
nós seus corpos petrificados. Quem afinal sairá ileso as tentações da “civilização
escópica”?
O recente caso da adolescente piauiense cuja morte
pode estar relacionada a divulgação de vídeo com imagens íntimas, é apenas mais
uma, entre tantas mortes que já ocorreram e que continuarão a ocorrer ligada a “febre
de imagens” das quais a nossa alma é a sua infecção.
Portanto, do “gozo a morte” o que mais há fora isso
que nos impele? Só os gregos e os renascentistas na sua busca pela “perfeição”
imagética, poderão enfim, nos responder tal questionamento.
A contemporaneidade naquilo que “avança”, esbarra
naquilo em que a humanidade nunca ultrapassou, isto é, a condição humana. A
condição humana hoje, muitas vezes pretensamente camuflada sobre a égide do “tecnológico”
e outros que tais. Que engano, não?
Pois é, isso é o “mitológico” escancaradamente
norteando a nossa vã pretensão de uma impecável racionalidade. O resultado não
será Perseu o vencedor, mas a medusa que já fisgou os nossos olhos ao seu
olhar.
Catastrófico isso. Não há pois, outra palavra que
melhor defina a cena que ora presenciamos na nossa “tragédia grega”!
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