O sujeito do gozo: qualquer um, menos nós?
O sujeito do
gozo: qualquer um, menos nós?
Por Gilvaldo
Quinzeiro
Na pele do
gozo, todo sujeito é “bolha”. De sorte que, o seu estouro consiste paradoxalmente,
na duração de toda a sua existência. Um evento assim, não poderia de outra forma,
tão bem representar, o quanto o “trágico” é duradouro na vida humana.
Portanto, o
sujeito do gozo, coitado, é aquele que percorre léguas e léguas com a língua de
fora de tanta sede, e ao chegar na fonte, foi a sua que secou! É aqui, pois,
onde duas coisas distintas ocorrerão como resposta a situação: ou o sujeito se
seca em si mesmo ou se afoga! Porém, nenhuma coisa e nem outra tirarão do
sujeito a sua condição de “retirante” – o seu deserto continua lá frente!
Ora, dizer que
na pele do gozo, todo sujeito é “bolha”, é dizer “quase” da impossibilidade do
sujeito gozar. Sim, quase! ... Mas este “quase” não significa dizer,
entretanto, que foi alcançado na “fonte” pela qual o sujeito chegou lá quase
sem vida. Às vezes, “o gozar” consiste apenas em evitar o seu estouro!
Ah! ...
É aqui onde
a língua de Freud foi maior de que a de todas as nossas juntas. E assim sendo,
é possível que aquela o substituiu em “quase” tudo. E assim, um gozo... quase?
Por fim,
nada como sabão!
O quê?
Gozei!
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