Pena das mãos sem as palavras que nos evitariam a perda dos dedos

Gilvaldo Quinzeiro



O mundo já não é mais o das palavras, e sim o das coisas, logo se intensificam os castigos para as mãos, que perdem os dedos na missão que só as palavras se antecipariam.

Tudo são “coisas” nas mãos das mães que atiram pelas janelas as crianças abaixo? Quão as palavras nos faltam para delas só nos entupir, quando com as coisas forem arremessadas também as mãos!

Medo eu tenho das “novas palavras” que nem das velhas ainda deram conta de se emancipar, e, conquanto, assim, se dão as prerrogativas de as coisas novas colocarem ao alcance das nossas mãos!

Quão é “tantão” as carnes vivas para as quais palavras algumas já nasceram.

Pena das mãos nas mãos das coisas, que, quando tiverem penas, talvez aí, já não se precise mais das palavras, pois, tudo mais só serão castigos?

Lembre-se dos perus sem penas em nossas mãos, quase já em nossas bocas “pelas coisas”, que estes nos representam nas ceias de Natal. E se ainda assim as palavras não lhes faltar, é porque os seus dedos, mesmo sujos de carnes estão apontar pra alguma coisa!...

Que coisa né? A marca deste tempo é a da “revolução das galinhas”!

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