Pela memória dos bebês esquecidos!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Os bebês esquecidos. Eis a memória a se fixar sobre este
nosso tempo sem tempo! Só esta semana foram dois bebês - quando lembrados - já estavam mortos! O primeiro, esquecido por uma condutora de um transporte
escolar na pressa para não perder o tempo de fazer as unhas. O segundo, esquecido pelo próprio pai, num
estacionamento em frente ao trabalho, e a poucos metros do local da escolinha
da criança. Contudo, estes não foram os únicos casos de bebês
esquecidos em um curto período de tempo!
Outros bebês, portanto, não se deram conta da existência das quatro estações!...
Que tempo é este sem ninguém com tempo? Que tempo é este,
onde todos roem as unhas, porque de outra maneira, não se engoliria a própria angustia? É este o tempo do nosso
tempo? È este o mesmo tempo em que se
deseja uma vida longa? Uma vida longa de pressa ou uma prece curta por toda a vida?
E pensar que esta é uma tendência a se repetir, é de se
esperar que os bebês não tenham pressa alguma para nascer! Mas se nascerem de
tempo que vivam todas as estações, o tempo todo que lhes for preciso!
Imagine o horror dos pais ao se lembrarem do tempo em que
seu filho ficou esquecido!
Pena dos bebês que não tiverem tempo de fixar memória
alguma, nem durante o tempo no qual foram esquecidos!
Viva este tempo de quê? Viva a seca de tempo ou a
enchente de sapos se procriando?
Pais nossos que estão na Terra, tenham mais preces por
nós!
Comentários
Postar um comentário