Eu, com meu Picasso!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Como uma pintura de Picasso, a vida é muito mais do que
podemos ver. O amanhecer, por exemplo, traz ainda que tenuamente, os traços da noite passada, porém, a face de um novo dia é inconfundível !
A dor, naquilo que nos espedaça é a transformação que nos
levará a procurar a sentir e a manter o
gozo, tal como o peixe a se livrar de toda sequidão.
O gozo é da dimensão de uma pintura cubista, isto é, muitos “garranchos” a darem feições a um só quadro!
Seria a dor a
totalidade desse quadro?
Picasso sabia como ninguém a fazer numa única pintura a
misturar todos os nossos gemidos num gesto de prazer!
Guernica não é
outra coisa, senão a síntese da vaca humana – a vaca louca, diga-se assim!...
Como o ser humano faz da dor a dor que poderia ser
evitada!
A vida segue como Picasso, isto é, em cada fase uma face.
Em cada face o esforço gigantesco para disfarçar a nossa palidez.
A noite é a chegada de toda pintura, o ateliê dos bichos e de seus pintores!
Nenhuma pintura se faz tão bem com o toques das mãos, quando a inspiração se dá no escuro da noite, e todas
as luzes são apenas as do corpo da mulher amada!
Viva a vida a arte que praticou Picasso!
Tim-tim!
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