O parto imagético
Por Gilvaldo Quinzeiro
O homem o que é? Nada além de uma suposta imagem. È esta
suposta imagem, e não o homem, a dor e o parto de toda a filosofia.
Portanto, o homem não é mãe ou pai de si mesmo, mas,
apenas “o parteiro”. Ora, isso equivale dizer que o útero da nossa imagem é o Outro. Lacan pariu
bem esta ideia, embora, não deixando a sua condição de “parteiro”.
Ser parteiro do meu próprio parto, não significa dizer, entretanto, está livre das dores e contrações, pelo contrário, o
nascimento no campo imagético é ferida sempre aberta.
Ai como dói ser parteiro de mim mesmo, ainda mais tendo o Outro como o útero que, por sua vez também deve estar prenhe da minha imagem!
O “diabo” da nossa dor é Outro! E quanto a “Deus” é a
imagem que temos de nós mesmos? Ora, como negar a tentação de dizer sim!
Portanto, a imagem que temos de nós mesmos é o mais
frouxos dos nós – o parto mal sucedido
cuja saída é o aperto da dor!
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