A puta política. O que nos pariu?
Por Gilvaldo Quinzeiro
As novas promessas
que me perdoem, mas ás vésperas de mais uma eleição, os velhos problemas ainda
permanecem intactos. Ao longo de várias décadas, o Brasil não foi capaz, por
exemplo, de erradicar a dengue. Este fato me veio á mente após ler
uma reportagem publicada hoje no jornal The
New York Times e assinada por Adam Nossiter
cujo titulo “hospital do inferno, em uma cidade tomada pelo ebola”. Ao
longo do seu texto o autor descreve as cenas protagonizadas por socorristas no
meio de cadáveres e pessoas à beira da morte espalhados no chão de um hospital,
numa cidade de Serra Leoa.
O texto me fez
lembrar o dia a dia dos hospitais públicos brasileiros, onde os pacientes agonizam e
morrem a espera de um atendimento. Tudo por aqui permanece em “carne viva” à
espera de uma cicatrização. Eis as dores e contrações do difícil ato de se
parir uma solução para os problemas nosso de cada dia. Enfim, estamos diante de
mais um parto!
O parto das urnas. Depois de muitas dores e contrações
que Brasil emergirá depois das eleições? No arreganhar do nosso útero
político que Maranhão colocará a cara pra fora depois de 40
anos de encolhimento? E quanto à
“Princesa do Sertão” e a sua puta política? Quais os sinais que enfim
anunciarão seu “parto”?
Sobre o
Maranhão uma frase: “Santo por
aqui só os sermões do padre Antônio Vieira”. De lá para cá muita lama e poucos
calambanjos – a política como a que nascera na Grécia – nunca por aqui foi
gestada! ‘“filhos gentis”, só os que adotaram a corrupção como mãe-pátria!
Sobre Caxias, não há tratamento que evite o desgaste do atual grupo político
dominante. Caxias nunca foi tão esquecida. O mesmo não acontece com seus
apadrinhados político. Estes nunca
foram tão bem tratados! Mas quanto a
sua vitória nestas eleições, eu a considero antecipadamente como a de
Pirro!
Portando, quanto às eleições, “resultados esperados”,
dirão alguns. “Prevaleceu “o peso da máquina”, justificarão outros. A verdade é que, o
Brasil onde “as feridas estão mais
embaixo” continuará a sangrar, e, muito!
Ou seja, não haverá mudança significativa, onde de
fato o Brasil precisa mudar.
Na campanha
eleitoral, o clima foi de censura! De um lado, o peso do eleitorado religioso á
espreita a quaisquer deslizes dos candidatos. Do outro, o movimento gay atento às suas
demandas, de modo que, os candidatos
evitavam “pisar nos próprios ovos”. E assim, não vimos um aprofundamento das discursões
sobre os problemas reais do Brasil. Fora isso, o que norteou o tema dos debates
era a respeito de “quem mentia mais, se um, ou se o outro candidato. A falta d’água, por exemplo, que cada vez mais
ameaça parar a maior cidade do Brasil, quase não foi citada, se é que foi
mencionada. A gestão dos recursos hídricos foi uma das “secas” desta campanha. A questão da segurança pública, uma das
pautas nas reivindicações populares, não
mereceu um estudo técnico ou uma
proposta eficaz que nos aponte uma solução. Enquanto isso, continuaremos todos
reféns do medo. A saúde a publica continuará na UTI por um longo prazo. As
propostas para este setor, não passam de maquiagem. E a população pobre
continuará morrendo nas enormes filas à espera de um atendimento. A Educação não foi tratada como uma
prioridade, como uma Política de Estado, sem a qual jamais conseguiremos
atingir o desenvolvimento. A pasta da
ciência nem se fala. O Brasil continuará a se arrastar à mercê das outras
nações desenvolvidas. A corrupção é sem dúvida nenhuma o grande câncer desta
nação. A vacina contra esta doença só através da participação popular.
Portanto, puto mesmo sairá destas eleições o povo!
Até quando?
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