O parto das eileições: o separatismo?



Por Gilvaldo Quinzeiro




 Separatismo. O Brasil volta de novo a sentar-se em cima da sua bunda ferida ao dá ouvidos as vozes separatistas. Mas se separar de quem? Se separar por quê?  Como um resultado de uma eleição pode abrir tantas feridas assim? Eis a questão!

O que já era sintoma de gravidez, agora parece anunciar os sinais de parto. Contrariados com o resultado das eleições presidenciais, muitos põem as mãos no nosso útero político forçando o nascimento de um “feto qualquer” –  sem pé e sem cabeça!

Há quem fale em construção de  um muro separando um Brasil do outro. O certo é que estamos presenciando, por um lado, a “seca” de maturidade política, e por outro, uma enchente de intolerância.  E se o candidato derrotado tivesse sido vitorioso, que tipo de parto a esta altura já teria acontecido? O Brasil que hoje reivindica o separatismo não teria saído das urnas  mais fortalecido? E se de fato o discurso separatista ganhar força, de que lado  ficarão “os nortistas” que votaram em Aécio?

Veja o quão é complexa esta questão. Eu já vinha chamando atenção para as “faces ocultas” nas manifestações de rua, de junho do ano passado. Por último, eu escrevi um texto, “ O Brasil depois de amanhã”, no qual eu vislumbrava o quadro pós eleitoral. De fato, o país marchará perigosamente sobre “cacos de vidros”.  E o aprofundar das nossas feridas só interessa aqueles que só se alimentam de sangue.

Pois bem, chamou-me atenção um, entre muitos  comentários chorosos que dizia o seguinte: “vocês nordestinos votaram errado, e depois virão para o sul em busca de emprego”. Ora, este tal argumento só reforça a tese de que a opção eleitoral dos nordestinos foi mais  do que correta, pois, o desenvolvimento do país precisa acontecer em todas as regiões, levando em conta suas potencialidades,  e não apenas em uma – motivo pelo qual muitos deixam sua terra natal!

Mas voltando ao discurso separatista. Eu já estou preparado com meu  kit de sobrevivência: uma cabaça com água, uma cuia de farinha, uma rapadura, um chapéu de couro, e muito bom humor – pra quê mais? -  que venha a seca que vier!


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