Cupido
Por Gilvaldo Quinzeiro
Antes da imagem,
todo espelho é sonoro, posto que, sem
narciso, todo espelho é cego. O que abunda? – Os ouvidos!
A gestação de narciso, portanto, não poderia ser outra,
senão, a auditiva. Já o nascimento deste, é anunciado pelo rasgo da incompletude:
no Outro há aquilo que lhe esculpe!
A falta do Outro, portanto, é silencio que se grita!
A “gravidez” dos ouvidos, é a prova de que todo amor é
cego? – Não de mim. Mas do Outro, completamente!
Amar, portanto, é
se atirar em direção ao espelho: o estilhaçar-se é toda visão!
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