O que há na "coisa" que não seja do nosso útero?


Por  Gilvaldo Quinzeiro

 

Coisa há na “coisa” que é inteiramente nossa. A boca da cabaça, por exemplo, não é inteiramente dela.

Não há fantasma que não se alimente do nosso medo. Medo há que nos esmaga  usando a nossa mão.

A realidade, não existiria sem que não a contemplássemos como sendo a nossa própria face. A nossa face há em tudo que nos assombra.

Na loucura há algum senso. Do contrário, não faríamos esforço algum para  sairmos juntando o que em nós não é remendo!

Saber tecer a própria teia, eis o que nos tornará a aranha do nosso destino, porém, nada disso é tão glorioso  que nos impeça do vexame de sermos afogados na manhã seguinte  na gota de um orvalho.

 

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla