Uma refelxão sobre o fim dos dias da criança
Por Gilvaldo Quinzeiro
A criança. Há milhares de anos atrás, um casal fugia para
o Egito com toda a pressa possível para garantir a proteção do seu único filho,
das ameaças de uma certa “ordem vigente”. Em jogo, toda uma infância que desencadearia com toda uma história. A criança, enfim, conseguiu chegar lá no
Egito, assim, como seus pais, sã e salva. E quanto, a infância de hoje, quem
salvará dos interesses sutis, mas reais, em acabá-la? A infância ainda não
acabou? Eis a reflexão do nosso texto de hoje. Que dia é hoje?
Dia 12 de outubro,
dia da criança. E os outros dias do ano são de quem? De quem disse que
só um dia do ano, é o “dia das crianças”! Que absurdo, não?
O dia das crianças é todos os dias do ano! Mas, como?
E os presentes? Os gastos? O presente, verdadeiro se faz com a Presença – dos pais, principalmente! O resto
é pacote, etiqueta, fita, cores, sons, pirulitos e outros que tais, entendeu, meu filho?
Ora, que discurso retrógado é este? Assim vão se fechar todos os shoppings, os cinemas, as lojas de
doces e de chocolates! Isso é uma afronta à economia! O mundo vai acabar? Meu
Deus!
Que seja! Que se quebrem os modelos econômicos! Que se
fechem todos os armazéns e fábricas! Que se acabe este mundo!
O que de fato não se devem acabar nunca – são os
quintais com seus cheiros e plantas ; os
terreiros de casa a nos convidá a sentar no chão, e
sobretudo , a afetividade no meio
familiar! Mas não foi exatamente isso que se acabou? Sim, e com isso, a
infância também!
Meu Deus, a onde estávamos?
Só agora eu me dou conta de que a infância é à base que sustenta todo o
adulto, ou seja, a fase para a qual se deveriam se voltar todas as atenções!
Mas, como, se só temos “um dia para a criança”. E os outros?
Sim, os outros dias do ano, o MEU tempo é para EU dedicar aos meus NEGÓCIOS ; a
minha faculdade; o meu MESTRADO, a vida PESSOAL! EU também sou gente, SABIA?
E quem vai cuidar da FAMILIA? Das CRIANÇAS?
Ah! MEU Deus está no CONTROLE! EU faço MINHAS orações TODOS OS DIAS!
Ora, ora, minha amiga se você não tem TEMPO nem para fazer COCÔ direito, orar COMO? A quem?
Pra quem? Eis o PARTO fácil, mas sem luz alguma!
Mas voltando, ao Egito – MÃE de todas as nossas tradições ou a fonte que
saciou as sedes de todos os peregrinos das nossas vidas desertas. É no Egito Antigo, pois, que estão cravadas a mais bem sucedida experiência
sobre O TEMPO. Do tempo ETERNO, se é possível, assim, se dizer.
Eh, meu rei, pelo jeito teremos que fazer também a nossa fuga, e com mais urgência para o velho Egito. Do
contrário, quais desses nossos MENINOS irão se transformar em nosso SALVADOR?
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