O mal-estar na civilização: o que fazer com tantos refugiados?

Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Assim no Nordeste como no Sul. A seca não escolhe cara e nem sotaque. O efeito das transformações climáticas põe todos os homens de cócoras, como sapo  a mendigar uma gota d’água. Os paulistas estão agora a sentir na pele, o que para os nordestinos já são suas eternas  rugas: a cara feia aqui é do sol!  

No mundo todo aumenta o número de refugiados provocado pelos efeitos das mudanças climáticas. Estima-se  em   milhões, o número  de pessoas na condição de refugiados por desastres naturais. Isso sem falarmos nos refugiados por conta das guerras.

Vamos precisar de muita solidariedade para abrigar e proteger, o número cada vez maior de vítimas ambientais. Isso nos exigirá uma mudança radical não só nossos hábitos alimentares, mas, sobretudo, da nossa atitude em relação ao meio ambiente, bem como aos nossos semelhantes – coisa que infelizmente não estamos constatando hoje,  pois, o que está ressurgindo em todo mundo é uma onda de intolerância.

A epidemia do Ebola que ameaça os habitantes do planeta Terra, por exemplo,  não exigirá apenas de recursos médicos disponíveis hoje nos países desenvolvidos,  mas da sua acessibilidade   também aos países pobres, como os africanos. Ou seja, a humanidade é uma só. De modo que, o que acontece a uma determinada região remota do planeta, deve ser levado em conta para o bem de todos.

O Ebola, enquanto seu foco inicial  se limitou à pobre mãe África,  o mundo fingia não tomar conhecimento dos seus efeitos sobre a população daquele continente. Hoje, não obstante, todos os recursos disponíveis nos países ricos, o Ebola avança para além dos limites étnicos e econômicos – chegou à nossa porta! E agora?

Mas, voltando ao problema da seca lá na região Sudeste, aqui no Brasil. Esta seca não ocorre  numa região qualquer. Trata-se da capital financeira do país. Portanto, o seu desdobramento poderá trazer sérias consequências para a economia brasileira. Isso sem falarmos nos efeitos na população local. Muitos moradores das regiões mais atingidas já começaram a realizar protestos, interditando ruas e avenidas para chamar atenção das autoridades para o problema da falta d’água. O que fazer? Eis a questão!

Precisamos voltar nossa atenção e a nossa solidariedade, sobretudo, a todos os povos que estão a sofrer com as condições climáticas. Mas, não só as vítimas das alterações globais precisam da nossa ajuda. Neste momento, milhares de refugiados sírios, estão a se acotovelar na fronteira da Turquia a espera de proteção contra os ataques dos membros do Estado Islâmicos. Isso sem falarmos dos que estão a sofrer os danos de guerras como os palestinos da Faixa de Gaza. Entre outros pelo mundo.

O Brasil  nos últimos anos tem recebido centenas de refugiados  haitianos –sobreviventes do último terremoto. Estes haitianos entram no Brasil pelo estado do Acre, e de lá partem para o Sudeste em direção, principalmente a São Paulo.

Portanto, as catástrofes naturais, a fome, as doenças  e as guerras põem de novo  em marcha o homem. No passado, esta marcha fez o homem ocupar todos os espaços da Terra. Mas hoje, que espaço há ainda para ser ocupado? E Como?

 

 

 

 

 

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